O sistema previdenciário do Piauí enfrenta um déficit mensal de aproximadamente R$ 25 milhões, segundo o presidente da PiauíPrev, Flávio Chaib. De acordo com ele, a arrecadação gerada pela folha de pagamento dos servidores estaduais em atividade, que gira em torno de R$ 200 milhões mensais, não é suficiente para cobrir os custos com aposentadorias e pensões, exigindo complementação do Tesouro Estadual.
Ao O Dia, o gestor ressaltou que o problema não é exclusivo do Piauí e se repete em diversos estados brasileiros. No entanto, garantiu que o governo estadual acompanha a situação de perto para mitigar o impacto nas contas públicas. A entrevista foi concedida nesta quarta-feira (26).
“Assim como os demais estados, a situação da previdência requer muito cuidado e cautela. Estamos administrando com bastante olhar de técnico, o governador nos escolheu por ser oriundo lá da Sefaz e eu, juntamente com o secretário Emílio, estamos acompanhando essas finanças, estamos reduzindo esse déficit financeiro, mas requer realmente um cuidado bem zeloso com as finanças públicas”, garantiu Flávio Chaib, Presidente da PiauíPrev.
Ezequiel Araújo/O Dia
Flávio Chaib, presidente da PiauíPrev
Atualmente, a administração estadual possui 37 mil aposentados e mais de 7 mil pensionistas, totalizando 44 mil beneficiários. A insuficiência da arrecadação obriga o governo a repassar mensalmente recursos adicionais para custear os pagamentos.
“Hoje nós podemos falar de dois déficits, o déficit financeiro, que é a diferença do que o arrecadado das contribuições para o que eu pago de aposentados e pensionistas. Então hoje gira em torno de 25 milhões de reais por mês, que o tesouro tem que suportar repassando para custear o pagamento de aposentados e pensionistas”, relatou.
Apesar do impacto financeiro, ele destaca que os pagamentos mantêm a circulação de recursos na economia estadual.
“A gente tem uma folha de aproximadamente 200 milhões e aí a gente paga esses 200 R$ milhões para aposentados e pensionistas, gerando também, circulando esse dinheiro na economia. E eu arrecado R$ 25 milhões a menos do que isso”, ressaltou.
Estratégias para equilíbrio financeiro
Diante desse cenário, o governo estadual tem adotado um plano de médio e longo prazo para reduzir o impacto do déficit previdenciário. Flávio Chaib explicou que, desde a reforma da previdência de 2019, o Estado vem monitorando de perto a folha de pagamento, realizando auditorias e elaborando relatórios de gestão para buscar o equilíbrio financeiro ao longo dos anos.
“Temos um plano de médio e longo prazo. Não é uma medida que a gente vai tomar agora que vai resultar agora. Até porque tem um outro déficit que a gente chama de déficit atuarial. Já foi feita a reforma de 2019, o que deu um fôlego bem significativo para as finanças públicas, a reforma da presidência de 2019, o Estado também vem investindo na qualidade dessa folha de pagamento, através de acompanhamento, relatório de auditoria, nós estamos fazendo um relatório de gestão, acompanhando para e passo para que a gente possa fazer um equilíbrio financeiro ao longo do ano. Eu tenho um fluxo de caixa para 20 anos para que a gente possa bancar esse equilíbrio”, afirmou.
Concursos públicos como alternativa para ampliar a arrecadação
Entre as estratégias para amenizar o déficit, o governo aposta na realização de concursos públicos, que ampliam a base de contribuintes da previdência.
“Isso é uma das medidas que faz dar um fôlego para a previdência, porque através de ingressos de novos servidores, são novos aportes financeiros que jogam e postergam essa aposentadoria para o futuro. Então nós vamos fazer caixa com esse recebimento e com isso reduzir o déficit. Então o governo vem realmente fazendo concursos, agora mesmo a própria previdência fez o concurso, vai nomear em breve, acabamos de concluir o concurso, para 20 vagas. E vamos nomear mais ao longo desse ano”, finalizou.
Fonte: O Dia
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