Comemorada nesta quinta-feira (5), data foca na mobilização global por práticas sustentáveis e marca contagem regressiva para tratado internacional.
A Organização das Nações Unidas (ONU) dedica o Dia Mundial do Ambiente de 2025, comemorado nesta quinta-feira (5), ao combate à poluição causada pelo plástico. Criada em 1972, a data tem como objetivo conscientizar governos, empresas e a população sobre os impactos ambientais e a necessidade de mudança nos padrões de consumo.
Neste ano, o país anfitrião das celebrações é a Coreia do Sul. O evento ocorre dois meses antes da próxima reunião internacional de negociação de um tratado global para eliminar a poluição por plásticos, prevista para acontecer de 5 a 14 de agosto, na Suíça.
De acordo com dados da ONU, em 2025 o mundo deve consumir 516 milhões de toneladas de plástico. A organização alerta que esse material está presente em todos os ambientes — incluindo nos corpos humanos, na forma de microplásticos. Segundo o secretário-geral António Guterres, o plástico já foi encontrado desde o topo do Monte Everest até as profundezas oceânicas, passando pelo cérebro humano e o leite materno.
Guterres destaca que a poluição plástica prejudica ecossistemas, o bem-estar das pessoas e o clima. Ressaltou também os avanços recentes, como políticas públicas de redução e práticas de reutilização. Em sua mensagem, defendeu um acordo internacional “ambicioso, credível e justo”, que considere todo o ciclo de vida do plástico e esteja baseado na economia circular.
A ONU reconhece que o plástico trouxe benefícios em setores como energia e conservação de materiais. No entanto, a preocupação é com a má utilização do material e com o seu descarte inadequado. Segundo a organização, apenas 9% dos plásticos produzidos são efetivamente reciclados. Estima-se que, até 2060, o consumo global anual de plástico atinja 1,2 bilhão de toneladas.
A coordenadora do Pacto Português para os Plásticos (PPP), Patrícia Carvalho, afirma que a questão não é eliminar o plástico, mas garantir a sua circularidade. Segundo ela, há um esforço de conscientização em andamento e os varejistas têm adotado medidas como o fim de embalagens escuras e melhorias em rótulos. No entanto, ela reconhece que ainda é preciso aumentar as taxas de reciclagem e criar políticas que incentivem a prevenção e a coleta seletiva.
O PPP reúne 119 entidades e desenvolve ações como campanhas educativas, visitas técnicas e divulgação de informações sobre a nova legislação europeia voltada para embalagens e resíduos. Para Patrícia, o avanço depende de mais engajamento, sistemas de coleta eficientes e recompensas para quem recicla.
A ONU também reforça a importância de ações individuais. Em sua comunicação oficial, afirma que a mudança depende da participação de todos, com atitudes que vão desde o descarte adequado até a pressão por políticas públicas.
Fonte: Ascom/ONU
Foto: Maciej Bledowski / Shutterstock.com