Lucélia Maria da Conceição foi solta em janeiro após o caso ter uma reviravolta e os avós das vítimas confessarem a autoria dos crimes.
O Ministério Público do Piauí pediu que a justiça absolva Lucélia Maria da Conceição Silva, a idosa que havia sido presa suspeita de ter envenenado duas crianças em Parnaíba, mas que acabou tendo sua inocência provada com a prisão dos avós das vítimas. Lucélia foi solta em janeiro, depois que a polícia prendeu Francisco de Assis Pereira, companheiro da avó das crianças. Semanas depois, Maria dos Aflitos da Silva também foi detida e confessou a autoria dos envenenamentos junto com Francisco.
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Lucélia passou cinco meses presa, acusada de envenenar os pequenos João Miguel e Ulisses Gabriel. Mas depois que outros membros da família também foram envenenados no começo deste ano, o caso foi reaberto e o inquérito tomou outros rumos. A polícia comprovou que os envenenamentos haviam sido premeditados e que Lucélia havia sido injustamente incriminada.
Os cajus que foram doados por ela a Ulisses e Miguel não estavam envenenados, conforme constatou a perícia do Instituto de Criminalística, cujo resultado só saiu em janeiro, cinco meses depois dos envenenamentos. Durante as buscas na casa da família, a polícia encontrou substâncias tóxicas armazenadas em poder de Francisco de Assis. Somou-se a isso o fato de que, em depoimento, ele demonstrou nutrir ódio pela enteada, mãe das crianças, que também havia sido envenenada no começo de janeiro.
Com o desdobramento da investigação, as acusações imputadas a Lucélia foram refutadas e o advogado de defesa da idosa, Sammai Cavalcante, representou por sua absolvição. A idosa ainda passou por audiência de instrução e, agora, o Ministério Público pediu à Justiça que conceda a absolvição de Lucélia. Pelo constrangimento da prisão, que segundo sua defesa, foi ilegal, Lucélia pode mover uma ação contra o Estado, pedindo indenização. Sammai Cavalcante diz que o valor indenizatório pode passar de R$ 1 milhão.

Ele lembra que Lucélia teve a casa incendiada pelos populares revoltados com o suposto envenenamento das crianças. Soma-se à perda dos bens materiais, a hostilização que, segundo Sammai, a idosa sofreu.
Uma vez pedida a absolvição de Lucélia Maria, cabe à justiça julgar a causa. Este julgamento deve ocorrer, segundo a defesa, em até dez dias. “Tivemos a audiência de custódia no dia 17 de março e ali ficou clara a completa inocência da senhora Lucélia. Levou um tempo a juntada desse arrazoado, mas isso é uma coisa que acontece no Judiciário, a demora no julgamento. No caso da Lucélia, tem suas peculiaridades: sete pessoas perderam a vida por um meio insidioso, que é o uso de veneno. Mas de fato, o MPPI soliciu a absolvição sumária e logo deve sair a sentença absolvitória, pondo fim a esse pesadelo de dona Lucélia”, finaliza Sammai Cavalcante.
Fonte: Portal O Dia
Foto: Reprodução/colagem